segunda-feira, 22 de outubro de 2012

outro, eu.

medo.
não medo, receio. não quero que os novos ventos tragam distância.
folheando os velhos ditos, surge sempre uma pontada, aquele incômodo que insiste em não dar lugar para um respiro. um só.

é cruel: não permite a vida. a oportunidade escapa por entre os vãos dos dedos. dedo fura-bolo, estraga a festa antes das velas apagarem.

monossilabismo.
o outro.
eu.

no fim, nada mudou -
ciclo.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

soslaio

por quê? por que não pode ser?
o tempo corre e a gente não percebe.
quando sente o ar de novos dias, bate o peso de tudo o que não foi feito.
déspota covarde de si mesma.

medo do que precisa estar por vir - do que precisa se fazer acontecer.
é medo do que não depende só de um -

é a pá, que lenta e inexata cava cada vez mais fundo.