segunda-feira, 19 de novembro de 2012

o cair da ficha
desata o nó que faltava pra explosão da bomba,
ali no cantinho do fundo

e mil facas perfurando sua glote,
um pé sobre as costelas e o esmagamento de uma talvez bigorna

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

contido

cabelos presos - soltam-se
os olhos voam
corre descalça pela grama nua, descarrega o que é preciso,

cai sem rumo e rola pelo trigo em flor, a lua brilha - longe

paz.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Na casca era só serenidade. Inspira, expira. Enche o pulmão de paciência, ouvidos não mais escutam, boca não mais fala, olhos não mais vêem.
Outras histórias, outras pessoas, outros mundos já preenchiam todo o espaço disponível. Lotado, overbooking de alvéolos, átrios e ventrículos.
E ainda queriam forçar mais o êmbolo. Comprimir aquilo que já tinha atingido o máximo - estoura, a membrana é frágil e não resiste.