segunda-feira, 8 de agosto de 2016

liberta

Não sei quando o amanhã virá, se virá. 
Mas ouço teu canto no meu, levo teu remo no meu, e cada canto cada remo cada tosse cada voz se une em linha e agulha, e remenda-se um rasgo que permanecera aberto.
O vento deixou de atirar agulhas contra meu dorso. O sol queima em cada foco auscultatório em hemitórax esquerdo. 
Também o sol brilha, longe. A lua ainda se esconde.
Não há paz; tampouco há guerra. 
Há sol. 

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

um dia

A vontade de tudo fugiu.
Sabe lá pra onde,
como, quando.
Não me peça uma manchete jornalística;
não me peça nada.

Nada tenho a te oferecer.
Quem sabe um café,
um dia no sofá, uma preguiça,
um cafuné.
Mas é só.
O resto a onda levou,
e o areal, comigo, aguarda Yemanjá
trazer de volta o tudo renovado.

Menina,
um dia tu encontras teu rumo,
e neste dia conversamos.
Um dia.
Pode não ser um dia de sol.
Pode ser um furacão de rumos
en
  cru
zi
  lha
da


luz

Miríade de noites mal dormidas, as últimas luas não têm permitido tempo.
As mesmas luas torturam e afagam. Drenam nossa força, preenchem-nos de adagas, uma espécie menos biológica de dispneia-dor-ventilatório-dependente constante; e nos abraçam, cobrem-nos de flores e restauram o calor de nossos pés na neve.

Não me bastam as luas. O sol é preciso.