segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Passagem

É algo como um desespero - mas sem a corrida, o galope que acompanha. Um olho, o outro, nariz, boca, de repente a consciência de um corpo inteiro. À sua tenra disposição - não, apenas a seu olhar buldogue. A lembrança do não ocorrido (mas sim esperança) sacode as recém-penas de fora das cinzas, mostrando a que veio... Mas os braços e lábios e dizeres e ouvidos e pequenas palavras ainda não têm o brio necessário (necessário? Não, apenas conveniente... Mas que conveniência haveria nisso?). Sua língua caminha por temas nada imprescindíveis. Finalidade obs-tru-í-da. Raras vozes de consolo, permeadas por fichas caídas e reconsiderações. No fim algo frio, frio, congelado. Uma saudade encarcerada em um corpo de pedra, tempo e posição. Não era tarde, nunca seria tarde. Mas o sol já tinha nascido, era outro dia...

Um comentário:

  1. Bom saber que nunca anoitece. Que depois das cinzas rompe-se o casulo. ''Amanhã, redobrada a força''

    ResponderExcluir